Os caminhos para buscar oportunidades
Pós-graduação e idiomas são diferenciais para abrir as portas do mercado de trabalho, que está cada vez mais concorrido
Investir em pós-graduação e em cursos de idiomas e de informática é a melhor saída para ingressar no mercado de trabalho em tempos em que o desemprego atinge 11,2% da população brasileira, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É isso o que apontaram especialistas em RH (Recursos Humanos) e gestão de pessoas.
De acordo com sócia-diretora da recrutadora Viva Talentos Iracema Andrade, apesar de a especialização não garantir necessariamente uma boa colocação profissional, a formação é a base para carreira bem-sucedida a longo prazo. “Uma das primeiras exigências é a questão do idioma, o inglês em primeiro lugar. Em 90% das oportunidades que a gente tem, há a exigência de inglês de nível avançado. Outra questão é um bom conhecimento de ferramentas de informática. Além disso, é interessante que um profissional que faz uma universidade já tenha trabalhado ou feito estágio na sua área, que já tenha tido um tipo de vivência. Caso não tenha sido possível por conta da grade horária do curso, é bacana que tenha pelo menos feito atividades de monitoria, de empresa júnior, porque dá um pouco mais de maturidade para esse jovem iniciar no mercado”, explicou.
Consultora de RH da Luandre do ABC, Flávia Gomes ressalta que conhecimentos gerais também são diferencial. “Hoje, muitas empresas não aceitam só o Ensino Superior. Querem algo a mais, um MBA, uma pós, outro idioma, informática. É muito importante que os profissionais estejam atualizados. Para algumas áreas, como química ou eletrônica, é necessário curso complementar.”
Para Flávia, o momento é negativo para o jovem sem experiência, por isso é importante investir na especialização. “Hoje existem muitos profissionais desempregados, então a concorrência é maior porque ele vai estar concorrendo com profissionais mais qualificados. Essa é a maior dificuldades. Então, às vezes ele vai participar de um processo seletivo para uma vaga e concorre com 30 pessoas. A melhor saída é apostar em maior qualificação.”
Segundo a coordenadora do curso de Recursos Humanos da Universidade Metodista, Andrea Leite, as empresas buscam pessoas com grau de estudo elevado e os candidatos precisam ficar atentos às oportunidades dentro das universidades. “Se a gente pegar algumas pesquisas que saíram em relação a emprego, muitas das pessoas que tiveram seu desligamento nos últimos 12 meses são jovens entre 18 e 24 anos. Isso significa que o mercado está pegando pessoas com mais experiências. Algumas questões desenvolvidas nas universidades são importantes para que o jovem consiga ter experiência profissional sem necessariamente ter um emprego, como estágios, projetos de extensão e congressos científicos, que são investimentos na sua capacitação profissional. Considerando o cenário atual, é importante que esses jovens se engajem em projetos que as universidades oferecem para exercer sua capacitação.”
Para as especialistas, dar destaque aos atributos pessoais e profissionais em mídias sociais e de network é uma forma de trazer visibilidade para o profissional diante da alta concorrência.
Matéria publicada no suplemento APÓS do Diário do Grande ABC em 26/06/2016. Para verificar original, acesse: http://bit.ly/293xTNO